Foram determinados os teores de mercúrio total em espécies de cação - anjo, cação-azul, cambeva, caçoa, machote e anequim - comercializadas em São Paulo - SP, Brasil. Os níveis encontrados variaram de 0,04 a 4,71mg Hg/kg, sendo que 54% estavam acima de 1mg Hg/kg, que é o limite aceito pela legislação brasileira especificamente para peixes predadores, para o propósito de consumo. Os resultados mostram que espécies de cação têm sido comercializadas em desacordo com a legislação, expondo os consumidores aos riscos tóxicos provocados pelo mercúrio. Foram feitas considerações em relação aos elevados níveis de mercúrio observados e o consumo correspondente, baseado na Ingestão Semanal Tolerável Provisional de 0,3mg de mercúrio total por pessoa, que no máximo não deverá ser superior a 0,2mg na forma de metilmercúrio, recomendada pela FAO/OMS. Considerações também foram feitas em relação à necessidade de inspeção e monitoramento das espécies brasileiras de cação usadas como alimento.
Total mercury contents in shark species - anjo, cação-azul, cambeva, caçoa, machote and anequim - commercialized in São Paulo-SP, Brazil. Were determined. The levels ranged from 0.04 to 4.71 mg Hg/kg being 54% above the Brazilian acceptable legal limit of 1 mg Hg/kg (predator fishes) for consumption purposes. The results show that sharks have been commercialized in disagreement with the legislation exposing consumers to a high risk of mercury toxicity. Considerations were made in relation to the observed high levels of mercury and to the corresponding consumption based upon the Provisional Tolerable Weekly Intake to a total mercury of 0.3 mg Hg/person, of which no more than 0.2 mg should be present as methylmercury (FAO/WHO). Considerations were also made regarding the need of inspection and monitoring of the shark species locally used as food.